O cantinho do choro – apenas um desabafo de uma mãe exausta

Categoria: Desabafo

Toda mãe deveria ter o seu “cantinho do choro”!

mãe triste sentada na escada

Na semana passada meu filho mais velho ficou doente. Foram exatos 6 dias de febre alta (que não baixava por nada), dor de garganta, mal estar, choro. Muito choro. Eu não sei como é na casa de vocês, mas aqui, a cada dose de remédio que tenho que dar para meus dois filhos – seja de antitérmico, antibiótico, xarope, qualquer coisa – equivale a uns 10 minutos de conversa, argumentos, explicações e, muitas vezes acaba em irritação da minha parte. Isso sem contar com as ânsias de vômito. Detesto ter que dar remédio à força, mas às vezes não tem outro jeito…Afinal de contas, remédio é inegociável!

Além disso, é claro, foram 6 dias de impotência de ver o filho doente e preocupação intensa, que resultam também em esgotamento. Foi punk, mas passou, ufa!! Graças a Deus (e aos remédios, à pediatra, aos meus cuidados e orações), meu filho voltou a ficar saudável e isso, pra mim, é a melhor coisa do mundo!! Acredito que você, mãe que está lendo meu desabafo, conhece bem esse sentimento de alívio quando o(a) filho(a) sara, mesmo que de um simples resfriado.

Esse meu alívio durou menos de 1 dia, pois, passadas algumas horas da última febre dele, tchãram: filha caçula com febre também. E aí meu emocional vai lá pra baixo, né? Nossa, que desânimo que me bateu naquele dia. Não sabia se ficava triste por minha filha ter adoecido também ou agradecida de eles não terem ficado doentes ao mesmo tempo (porque aí sim nem sei o que seria de mim, de nós).

Porque mãe de 2 ou mais tem essa, né? Filho fica doente, você se descabela até descobrir o que é (virose, otite, amigdalite, gripe, etc). Aí quando o outro filho começa a adoecer em seguida, pelo menos você pula essa etapa do “ai meu Deus, o que será que é??” e já tem uma ideia do que está por vir (daí o meu desânimo).

E cá estamos, passando por tudo de novo: mais uma semana de febre, dor, mal estar, choro, muito choro, impotência, preocupação, esgotamento físico e emocional. Enquanto isso, a roupa para lavar amontoa, a poeira do chão acumula e os compromissos do cotidiano que esperem, pois a prioridade agora são os meus filhos. Mas sempre lembrando que a vidinha do outro filho segue – horários, almoço, uniforme, escola, janta, banho! Não para, não para, não para, não!!!

E a gente vai armazenando toda essa carga e não se dá conta da bomba relógio que está se transformando.

Como todos os dias, hoje passei a manhã me dedicando a eles: dando remédios (com negociação, choro etc), servindo suco, colocando desenho na TV, apartando briga, levando ao banheiro, mais suco, agora torradinha, limpando migalhas, montando brinquedo, apartando mais brigas, etc. Passei apenas 20 minutos na cozinha para preparar um almoço bem sapecado, mas sempre sob requisições – suco, desenho, banheiro, choros. Na hora de servir o almoço, o que acontece?

Num quelo!!

Ninguém queria almoçar!! (preciso dizer que a caçula estava há 2 dias sem aceitar almoço e jantar). O mais velho não tinha motivo, mas resistiu ao almoço também.

Juro, a minha vontade naquela hora era de jogar o prato no chão e sumir (obviamente eu jamais faria isso, até mesmo pelo puta trabalho que eu teria de limpar depois). Tento negociar um pouco mais, argumentar, insistir, até que fico irritada de novo! Não queria me irritar com isso, mas não consigo, estou cansada, exausta. Então respiro e me conformo com o resultado que eu consegui – apenas três colheradas.

Respira. Paciência. Respira. Calma. Respira.

Volto para a cozinha, que está um show de horror, e vou arrumar. E rápido, pois esse é o horário mais corrido aqui em casa. Se uma tarefa atrasa, tudo atrasa. E geralmente é isso que acontece mesmo!

Suspiro, pego um banquinho, sento e começo a chorar baixinho, num desabafo comigo mesma.

E, nossa, como um chorico de nada me fez bem! Acho que vou adotar o cantinho do choro pra mim, viu? Mas não se iludam, nem no cantinho do choro eu tive a minha privacidade merecida. Em menos de 1 minuto, a minha caçulinha apareceu como se NADA tivesse acontecido (o stress do almoço) perguntando: “mãe, qui cê tem, tá cholando?”. Na minha negativa, ela ainda chama o irmão: “Todolo, vem vê a mamãe, ela tá cholando”.

E foi exatamente por essa “invasão” que enxuguei minhas lágrimas, respirei fundo, levantei-me do banquinho e ainda ri. Ri porque achei graça, achei fofo! Mas não era um momento de achar alguma coisa fofa. Meu Deus, que confusão de sentimentos!!!

E a vida segue! É assim que é, essa é a maternidade real. Não há o que falar. Não há um conselho salvador. É isso, é difícil mesmo, às vezes desesperador até. As desarmonias começam e terminam sem aviso e sem explicação, num universo onde o cansaço impera e a alegria domina (e sim, isso é MUITO conflitante).

Mas se eu tivesse que dar um conselho para esses momentos conflitantes com os filhos, eu seguiria o que muitos psicólogos falam: na hora do nervoso, quando você percebe que está prestes a estourar, saia de perto (deixando-os em um ambiente seguro), respire outros ares (o cômodo do lado, gente, não é pra sair de casa!! haha), vá para o seu cantinho do choro, respire fundo e espere uns minutinhos, pois você vai se acalmar mais rápido que você imagina.

Agora, se você tem um método mais ninja para se acalmar e levar a maternidade de boas, por favor, me conte tudo, porque eu preciso saber  – todasasmaes@gmail.com.

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2 comentários

  1. Aline comentou:

    Me vi nesse texto… Outro dia li uma frase: “você não é uma mãe ruim, você só está cansada” e é muito verdade. Ser mãe e lidar com um ser humano em crescimento é exaustivo e a maior parte das vezes o que ficamos é confusas e sem paciência.
    Hoje perdi a paciência duas vezes e agora que minhas filhas estão na escola, fico me sentindo culpada… vou começar a adotar mais vezes a dica do final… perto de estourar, me afastar para me acalmar… Olha é difícil, mas seguimos em frente, né?

    Força para nós!

    Beijo

    1. Oi Aline! Fico muito feliz que tenha se identificado com o meu texto… Assim a gente não se sente só, né? É a famosa “solidariedade materna” 🙂 É exaustivo mesmo e por isso nos sentimos tão culpadas quando perdemos a paciência e falamos num tom mais alto com eles. Mas respire fundo e se afaste sim no momento que vai sentir que vai explodir… dá certo, todos os psicólogos que já li indicam isso. E chore, chore mesmo! rs Eu, pelo menos, me sinto bem! 🙂 Bjos e sinta-se abraçada!!