O espírito esportivo habita o coração de todas as mães

Categoria: Desabafo

Estou fazendo aula de tênis há cerca de 2 meses. Eu sou aquela pessoa mais ou menos para as atividades físicas, mas por incentivo do marido, comecei as aulas. Quando estou lá, tudo muda: me dá uma energia positiva, vibrante… sinto a tal endorfina que tanto falam! Eu gosto muito!

Hoje (como em todas as aulas, pois ainda sou iniciante) errei muitas bolas… de esquerda, direita, paralela, cruzada, voleio, saque. Em um certo momento me deu um desânimo pesado, sabe? “Poxa, que saco, tô errando muito, parece que não estou progredindo nada”, pensava. “Por que eu estou aqui jogando tênis? Eu nem sou esportista…”.

Me deu uma vontade de parar a aula no meio, voltar pra casa e desistir de aprender a jogar tênis. A essa altura do campeonato, já tinha incluído nessa vibe vários eventos da minha vida que eu desanimei e desisti, parei no meio. Tudo isso jogando tênis hein gente? Hahaha

E aí me lembrei de uma vez brincando de massinha com meu filho… ele não conseguia fazer o formato que ele queria, a massinha sempre quebrava no meio. Ele ficou bem chateado e falou: “droga, nada do que eu faço dá certo!”.

Aquilo me doeu tanto! Como assim, uma criança de 4 anos me solta uma dessas? De onde ele tirou essa história?? Na hora conversei com ele e expliquei que as coisas dão certo para ele sim. E que se ele não estava conseguindo fazer o formato que ele queria, ele precisava parar, observar e entender por que a massinha quebrava. E aí tentar de novo.

OK, fiz o meu papel, dei aquela injeção de ânimo nele. Mas puxa vida, ainda não tinha engolido aquela frase dita por uma criança tão pequena. Será que ele herdou de mim essa péssima característica de ficar desanimada e desistir quando as coisas não vão bem? Ou será um reflexo de minhas atitudes dentro de casa e que às vezes nem percebo que estou passando para eles? Ou ainda pode não ser nada disso e se tratar apenas de um momento de dramalhão típico de sagitarianos, como meu filho e eu.

E no meio do jogo de tênis, enquanto eu ficava esbaforida e com raiva de ter errado mais uma vez aquela jogada, meu corpo começou a ficar mole, cansado, fraco e aí que eu errava cada vez mais. Tinha perdido totalmente a concentração e a energia.

Então pensei que eu queria muito ter aquele espírito esportivo, de determinação, de garra, de luta, de não desistir mesmo quando se erra. Queria ter aquela fome dos esportistas de virar o jogo, de vencer. Senti falta de algo na vida que me fizesse sentir vencedora…

Photo via Visualhunt
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Quando eu concluí esse pensamento, me caiu a ficha. A maternidade é tudo isso aí que eu falei acima. E é um projeto – o maior e melhor que já fizemos na vida – impossível de desistir. Uma vez mãe, sempre mãe. Não se volta atrás. E o melhor de tudo: não queremos voltar atrás.

A gente erra. Erra bastante. E vai continuar errando. Mas a gente não desiste de ser mãe. A gente não desiste de educar os nossos filhos, mesmo quando não nos sobra nem um pingo de energia no final do dia. Ou até mesmo no começo (muitas vezes já comecei o dia sem energia e sem paciência).

E foi aí que eu descobri que dentro de mim tem tudo o que eu queria ter: determinação, garra, luta e persistência.

Quando você ficar um pouco desanimada, assim como eu fiquei hoje, quando bater aquela vibe ‘loser’, vou te dar uma dica. Pense no quão forte você é e pode ser. Pense nos primeiros dias e meses com o bebê… e aquele sono que chegava a doer? E o medo de fazer tudo errado? E a preocupação de fazer a pega correta na amamentação? E o sofrimento de mães que viram seus filhos adoecerem tão pequenos? E para quem tem filhos mais velhos, nossa, como é difícil sustentar um “não” para uma criança no auge dos seus terrible two. Como é árdua a simples tarefa de ir ao supermercado com as crias. E o desfralde, caramba! E tem o filho que começa a ficar agressivo, aí leva no psicólogo para entender o que é. A criança que decide que não quer mais comer. As viroses da vida. O casal que está se separando e junto a preocupação com os filhos. E o pai que não paga a pensão. Ou o pai que sumiu do mapa e é tudo com você! A falta de grana. Briga de irmãos. Reuniões na escola.

Tudo isso é de derrubar qualquer um!

A gente, com tudo isso que citei acima e mais um pouco, depois de colocar o(a) filho(a) para dormir, deita a cabeça no travesseiro, dá a última olhadinha naquela foto FOFA do(a) pequeno(a) e… Se arrepende? Desanima? Não, a gente agradece pelos filhos que tem. E de repente vem aquela vontade louca de abraçar e beijar os filhos e dizer o quanto ama aquelas pessoinhas. E promete que será uma mãe melhor amanhã. E amanhã, de fato, você tentará ser uma pessoa melhor.

Eu acho que estou começando a entender esse lance de que os filhos nos tornam pessoas melhores.

Mas voltando à minha aula de tênis – pois foi onde tudo começou. Coincidência ou não, todo esse pensamento me deu um fôlego a mais! Foi até meio propaganda de Olimpíadas hahaha… Passei a encarar as jogadas com muito mais foco. E nas vezes que eu errei – porque eu sei que vou errar mais vezes – tive muito mais gana de melhorar.

Dizem que não existe mãe perfeita. Ah, eu super discordo disso, existe sim… e essa mãe é você! Existem jornalistas melhores do que eu, blogueiras melhores do que eu, profissionais, donas de casa, tenistas iniciantes, faxineiras, motoristas, educadoras, costureiras, cozinheiras, todas melhores do que eu e do que você. Mas mãe mais perfeita do que eu para os meus filhos, não existe. Você é a melhor mãe do mundo para os seus filhos, mesmo com seus erros e seus defeitos.

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